terça-feira, 9 de dezembro de 2008

FRUTOS DE ARREPENDIMENTO Diversos


Todo grande avivamento foi precedido por um tempo de profundo arrependimento, e isso não diz respeito ao ímpio, mas à casa de Deus. O tratamento de Deus com a nação de Israel nos mostra que quando Deus os chamava ao arrependimento, é porque estava interessado em abençoá-los, sobretudo - e isso se aplica a nós, hoje. Todo mover de visitação de Deus na História da Igreja foi precedido por um genuíno arrependimento, e precisamos atentar para os princípios embutidos nessa premissa.

Em Gn 1:27, Deus fez o homem, à Sua imagem e semelhança. Deus tinha um propósito em mente, que fez questão de mostrar no verso 28: frutificação, multiplicação, domínio e sujeição. Esse é um texto profético e simbológico, visto que a intenção primeira de Deus foi que déssemos frutos.
Deus está na expectativa de fruto. Ele espera uma resposta, uma atitude, um posicionamento. A ordem para sermos frutíferos vem antes da ordem para a multiplicação. Quem é frutífero, se multiplica - ganha almas e faz o Reino avançar. Eu quero ver a explosão da Igreja; você quer? Eu espero por uma visitação do Senhor com tanta glória - jamais vista - na Igreja! Você espera? Eu vivo na expectativa do avivamento! E você? Mas isso tem um preço!
No Novo Testamento, a primeira menção de frutos está em Mateus 3:8. Há um princípio em Hermenêutica, que se chama o princípio da primeira menção, que significa que a forma como a primeira vez que qualquer assunto é mencionado na Bíblia, ele tem um peso especial que vai determinar o seu valor por toda a Escritura. E a primeira menção de fruto, nesse texto, exprime uma necessidade de produzirmos frutos - o que está diretamente relacionado à bênção.

Pesquisei muito sobre isso e fiquei impressionado com a ênfase que o Novo Testamento dá para a conecção entre o fruto e a bênção de Deus; e também o quanto o produzir esse fruto tem ligação com uma vida de arrependimento e de convicção de pecados. Na prática, Deus vai abençoar você à medida que você produzir frutos - em todo sentido. E também à medida que enxergar o pecado como Deus o vê - e for drástico com ele como Deus o é!

Nós somos um povo que aprendeu demais a ouvir e a falar sobre perdão de modo muito superficial. Somos "leves" para lidar com a necessidade do arrependimento que atinge as emoções, os sentimentos e o espírito da pessoa, fazendo-a se sentir desgraçada e miserável sem ele! Quem nunca se sentiu miserável, e pequeno diante de Deus, jamais vai valorizar a graça e o perdão; jamais vai viver uma vida de santidade!

Deus tem mostrado que antes da visitação que esperamos, Ele precisa encontrar um povo que restaurou a sua integridade - do coração, das motivações, dos caminhos, das atitudes, das obras. Isso é profundidade das profundezas de Deus - e precisamos ouvir sobre isso! Não tem nada mais profundo do que isso: Deus quer que haja arrependimento!

Esse é um princípio básico e elementar; mas profundo. Antes da multiplicação, precisamos ter atitudes, posicionamentos e um coração rasgado e entregue, que se encontrou com seu próprio pecado e que depende de Deus. Esse é o fruto que Deus espera primeiro. Se existe esse fruto, Deus abre os Céus e derrama o poder da multiplicação.

Mateus 7:16-23 fala de frutos também. E o texto enumera profecias, demônios expulsos e milagres realizados - tudo em nome do Senhor. Mas o que o texto não diz é que esses não foram frutos considerados; pelo contrário, foram rejeitados! Jesus lança o princípio do fruto que é aceito. Qual? - Quem produz o fruto tem que estar fazendo a vontade do Pai (verso 21) e precisa se afastar totalmente da prática da iniqüidade (verso 23).

Nós precisamos voltar à prática de uma vida reta e santa. Ser cristão é ter atitudes desprovidas de malícia; atitudes de pureza e integridade. Gosto de exemplificar esse princípio com a parábola dos lavradores maus, que Jesus contou em Mateus 21.

A parábola diz que um homem plantou uma vinha, cercou-a, colocou uma torre nela e arrendou-a a certos lavradores, afastando-se do país por um tempo. À época dos frutos, conforme combinado, mandou seus servos para receber dos arrendatários os frutos que lhe diziam respeito.

Quem plantou a vinha foi Deus; quem a arrendou fomos nós. Saiba que primeiro ele vai lhe permitir que viva a sua vida cristã; que governe seus próprios caminhos; que administre "os bens" que lhe "arrendou". Mas você nunca pode perder de vista que Deus espera que você produza frutos. E que vai chegar o tempo, quando Ele virá a você em busca deles.

Os lavradores judiaram dos servos do dono da vinha. Ele enviou outros, em maior número, a quem os arrendatários fizeram o mesmo. O dono da vinha enviou, então, seu próprio filho, para cobrar os frutos. Os lavradores mataram o herdeiro. Então, Jesus perguntou: "- Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles lavradores?"

A resposta à pergunta deve fazer você meditar sobre o caso. "- Fará perecer miseravelmente a esses maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que a seu tempo lhe entreguem os frutos." A conclusão de Jesus deve levar você a tomar posição com respeito à sua vida: "-O Reino vos será tirado, e será dado a um povo que dê frutos."

O princípio da rejeição de quem não produz frutos é reforçado na parábola da figueira estéril (Lc 13). Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha; e indo procurar fruto nela, por três anos consecutivos, não o achou. Mandou o viticultor cortá-la, mas este insistiu em dar-lhe mais uma chance - um ano mais -, para que pudesse cavá-la e adubá-la adequadamente.

Dos versos 22 ao 27, descobrimos o contexto que Jesus usou como pano de fundo para essa parábola: de expectativa por frutos; de posicionamento. Ele advertiu os discípulos para que fizessem de tudo para entrar pela "porta estreita" - e não escondeu que não seria fácil consegui-lo -, porque chegará o tempo quando ela será fechada e muitos vão bater nela, querendo entrar, mas não lhes será possível. E o que o Senhor lhes dirá? - "- Não vos conheço. Apartai-vos de mim, todos os que praticais a iniqüidade!"

Na verdade, produziram fruto; mas foi de iniqüidade. E foram lançados fora do Reino - onde haverá choro e ranger de dentes. Fruto hoje é a volta ao primeiro amor, à vida profunda de consagração; é abandonar o pecado e praticar o arrependimento e a confissão.

Há muita gente que já nem ouve mais a voz de Deus, porque tem formado dentro de si uma casaca tão grossa de arrogância, de presunção, de complacência com a sujeira, com a malícia, com a falta de integridade! Há tanta "maracutaia" guardada; tanta coisa mal resolvida, mal confessada, mal arrependida!

Precisamos passar por um avivamento, onde as pessoas caem no chão urrando por seus pecados, pedindo ao Pai que revele toda impureza escondida, todo homicídio cometido no coração, toda atitude errada, de motivações erradas, de um coração errado, de caminhos errados, de obras erradas, de um caráter errado!

Se não nos encontrarmos com a gravidade das implicações do pecado, vamos ser um povo "normal", que encara tudo com normalidade, onde tudo é permitido e pode ser de qualquer jeito. E eu lhe digo onde o Espírito Santo vai estar: levantando um outro povo, que vai estar com a boca no pó, gemendo e reconhecendo que nada tem, enquanto achamos que temos algo; e estaremos sendo deixados pra trás!

Lá no contexto da sua célula, do seu casamento, do seu emprego, da sua escola, que motivações o levam a agir? A unção está de fato na posição, mas antes de Deus nos dar a posição, Ele vai testar a nossa integridade de coração. Precisamos cuidar do pecado, porque ele endurece o nosso coração (Hb 3:13-15). Se não há mais gosto pela igreja, se o louvar não toca mais, se a Palavra produz tédio, há um indicativo grave de que o nível de vida está caindo para um estágio perigoso.

Endurecer o coração é tornar relativo àquilo que Deus fez absoluto. A primeira coisa a ser feita é se expor à luz de Deus, para enxergar pela ótica do Espírito. Exponha-se, para que Deus lhe mostre a sua incredulidade, avareza, lascívia, impureza, adultério, infidelidade, etc. Mesmo que você não tenha cometido nada disso, pode ser que o diabo esteja lhe trazendo pressão - e você lhe dá corda e fica preso, fechado pra Deus.

Isso tudo pode gerar em você um coração cheio de críticas, de sarcasmo, de julgamentos, de frieza, de indiferença, de apego a coisas naturais! E você vai se achar anestesiado pelo cotidiano, cego pro propósito e pra glória de Deus! Se você simplesmente vem à igreja, canta, ouve, ora e vai embora sem sentir dor pelo pecado e sem mudar o seu nível de santidade, a sua vida com Deus virou religião.

Confessar os pecados um por um (para Deus e para a pessoa contra quem pecamos) e sentir a dor causada por cada um deles é o que Deus requer de nós, em lugar do costumado "Perdoa a minha "multidão" de pecados, Senhor!". Tem que falar com todas as letras: "- Senhor, tenho sido instrumento do diabo! Tenho feito isso, e isso, e mais isso..."

Há ainda um outro princípio: o da humilhação. Se quisermos um avivamento, precisamos levar a sério esse detalhe. O avivamento metodista, de John Wesley, no século XVIII, começou com reuniões em pequenos grupos denominados grupos de santidade. Por causa da ênfase de consagração, se multiplicaram tanto que o movimento explodiu e exportou um dos maiores avivamentos da História para outros países distantes.

Sabe como foi que aquele povo alcançou a santidade de Deus? - Através do encontro com seu próprio pecado, do arrependimento e da confissão. Esta é uma palavra dedicada à Igreja do Senhor. Gostamos de tornar as coisas favoráveis a nós, mais do que deveriam ser. Por exemplo? - Pegamos o copo de vinho da Ceia e lembramos do Senhor religiosamente, quando Jesus disse (Mt 26: ): "- Este é o sangue da nova aliança, derramado em favor da remissão dos vossos pecados. Fazei isso em memória de mim!" "Em memória" é um termo que traz à superfície a cruz. Lembrar da cruz é lembrar, toda e a cada vez, o nosso estado original, para não andarmos de maneira leviana.

Quero que você se lembre da cruz, sabendo que Jesus foi lá, mas também era você que estava lá, porque Deus agiu usando o princípio do representante. Você foi julgado e condenado por causa dos seus pecados e da sua natureza maligna. Você suporta o peso do juízo? Terá que fazê-lo!

É simples. Porque você é orgulhoso, você quer ser rei; não quer? Então tome o seu cetro! (Uma cana de espancamento). E também a sua coroa! (Um arco de espinhos pontiagudos). Você é altivo e gosta de se auto-insinuar... Então tome essas chibatadas! Você gosta de ser independente, não gosta? Tome o que você merece! Pra você que exige ser tratado com respeito e educação, que reivindica o que pensa que é seu direito com arrogância, a cruz é o seu lugar!

Ali é você aos olhos de Deus. Uma cruz tão pesada que faz você cair muitas vezes. Justo você, que gostaria de ser famoso e importante; de ser o tal. A punição para esse seu desejo é virar escárnio público!

Não pense que é "só" isso! Não vamos seguir a tradição romana, que mostra Jesus de fraldas; vamos ficar com a realidade: Ele estava nu! Portanto, vá tirando logo as suas roupas! Pode sentir a dor moral? Por causa das suas obras pecaminosas, meu irmão, as mãos de Jesus foram presas com pregos compridos. E os nossos caminhos foram julgados em nossos pés - velozes para cometer pecados. Os pregos romperam aqueles pés tão santos de Jesus, que só proclamavam a paz e o perdão, em lugar de nós!

Ele foi rejeitado e exposto publicamente. Envergonhado em meu lugar - em seu lugar. Asfixiado física e psicologicamente. Abandonado literalmente por Deus. Ele foi ao Inferno - lugar de tormento.

Qual foi a dor que Ele sentiu? Qual é a dor que você sente por tudo isso? Que papel ocupa o arrependimento em sua vida cristã?

Marcelo Oliveira de Almeida

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