terça-feira, 6 de dezembro de 2022

#01. A CONSCIÊNCIA DE UM PRIVILÉGIO ESPECÍFICO (Rm 1.1)

#01. A CONSCIÊNCIA DE UM PRIVILÉGIO ESPECÍFICO (Romanos 1.1) 

INTRODUÇÃO: Embora para alguns as palavras introdutorias de uma carta, mesmo em se tratando das cartas neo-testamentárias, não mereçam muita atenção, é sempre importante atentarmos para essas introduções, principalmente para aquelas escritas (ou ditadas) pelo apóstolo Paulo. Nesta introdução, Paulo dirige-se aos romanos fazendo três afirmações. Essas afirmações merecem atenção, pois ele apresenta-se a uma igreja que nunca visitara, embora conhecesse vários dos seus membros (cap. 16), a qual desejava ansiosamente conhecer (1.10), e no convivio mutuo edificar e ser edificado (1.12).

   Ao identificar-se como o autor da carta aos Romanos, em suas primeiras palavras, Paulo se descreve com dois termos contrastantes: δουλος - dulos  - escravo, servo e; άπόστολος - apóstolo - enviado, mensageiro, missionário, revelando também sua chamada para proclamar o evangelho. O termo "escravo", que aparece 124 vezes no NT., é usado por Paulo 30 vezes com o significado de humildade e uma vida pertencente a outrem. O "escravo" deve ao seu senhor obediência exclusiva e absoluta. Seu serviço não lhe faz merecer nem lucros nem agradecimentos. Esses termos, muito comuns: "escravo e servo", são usados para designar todos os cristãos, que tendo a Jesus como Senhor, entendem-se como escravos ou servos de Cristo.

   O termo "apóstolo" aparece 76 vezes no NT e tem o significado de enviado, chamado, alguém com autoridade. Nesse sentido mais amplo, esse termo foi usado para designar Matias (At 1.23-26), Barnabé (At 14.4 e 14), Andrónico e Júnias (Rm 16.7) e, Tiago, meio-irmão de Jesus (Gl 1.19). No sentido mais restrito de representante, embaixador ou delegado autorizado com poderes, alguém com um privilégio singular diante da missão recebida, o termo foi aplicado aos doze (Mt 10.2; Mc 6.30; Lc 6.13), a Jesus (Hb 3.1) e a Paulo (conf, as introduções das suas cartas). Esse termo não é de uso comum, ao contrário, é um termo que destaca aquele que assim foi denominado. Usando esses termos, Paulo demonstrou, também, porque considerava-se separado para o evangelho de Deus". Em resumo, essa é a sua afirmação:

Somente o cristão consciente encara como privilégio servir e obedecer o Senhor que o chamou como seu representante.

Nas palavras iniciais de Romanos encontram-se três afirmações sobre a consciência de servir e obedecer o Senhor como seu representante:

1. A PRIMEIRA AFIRMAÇÃO: SERVO DE JESUS CRISTO

1. Essa era a sua identificação

1.1. Assim, apresentou-se em Rm 1.1;1 Co 3.5: Gl 1.10: F 1.1 e Tt 1.1

1.2. Assim, ele compreendia o seu ministério - 1 Co 3.5

1.3. Assim, era a sua prática ministerial - At 20.19, 24 e 34 

2. Servo descreve uma vida que não "se" pertence 

2.1. Cristo comprou todos os cristãos - 1 Co 6:19-20

2.2. Cristo liberta o cristão para que ele sirva seus irmãos - Gl 5.13

2.3. Em Cristo não se distingue servos e livres - 1Co 12.13; Gl 3.28

3. Para Paulo Jesus Cristo era a pessoa central de sua vida - 1 Co 2.2

3.1. Jesus é o Deus encarnado, reconhecido em figura humana - Fl 2.6 

3.2. Cristo é o Messias proclamado por Paulo At 9.22; 17.3

3.3. Jesus Cristo, o homem-Deus é o único intermediário - 1 Tim 25

II. A SEGUNDA AFIRMAÇÃO: CHAMADO PARA SER APÓSTOLO

1. Paulo apresentava-se preferencialmente como apóstolo

1.1. Assim ele apresentou-se em 1 Co 1.1: 2 Co 1.1; Gl 1.1; Ef 1.1: CI 1.1; 1 Tm 1.1 e 2 Tm 1.1

1.2. Ele reivindicava essa designação por ter visto Cristo ressurreto 1 Co 9.1; 15.8 (de acordo com o pré-requisito de At 1.22)

1.3. Mesmo sentindo-se inadequado, sabia que a graça divina o capacitara para tal missão 1 Co 15 9-10 

2. Paulo foi designado apóstolo para servir os gentios-At 9.15

2.1. Seu ministério era levar a salvação aos gentios At 22.21; 26.16-18

2.2. Seu apostolado tinha como foco os gentios - Rm 11. 13

2.3. Paulo trabalhava para que a oferta deles fosse aceitável - Rm 15.16 

3. Paulo defendeu sua autoridade apostólica

3.1. Seu apostolado sofreu críticas e julgamentos - 2 Co 10.1-12

3.2. Paulo comparou seu ministério com os falsos apóstolos - 2 Co 11.1-6

3.3. Paulo mostrou ser um apóstolo totalmente desprendido 2 Co 1.7-13

III. A TERCEIRA AFIRMAÇÃO: SEPARADO PARA O EVANGELHO DE DEUS 1.5

1. Paulo foi separado refletindo o chamado de Jeremias - Jr 1.5

1.1. Paulo foi separado desde a eternidade - Gl 1.15; 2 Tm 1.9

1.2. Paulo foi separado desde o ventre materno - GI 1.15

1.3. Paulo foi separado para uma missão específica - 1 Tm 1.12-16 

2. Paulo foi separado no encontro com Jesus na estrada para Damasco

2.1. Nesse encontro ele mudou de perseguidor a perseguido - Fl 3.6 

2.2. Nesse encontro houve vocação para o apostolado - 2 Tm 1.9-12

2.3. Nesse encontro foi designado para servir os gentios - At 26.17

3. Paulo foi separado para pregar o evangelho de Deus

3.1. O evangelho é o poder de Deus - Rm 1.16; 1 Co 1.18; 1 Ts 1.5 

3.2. O evangelho é o mistério revelado e manifestado aos santos - CI 1.26

3.3. Paulo tornou-se cooperador do evangelho - 1 Co 9.23

CONCLUSÃO 

Que todo cristão possa ser servo e obedecer a Jesus como Paulo o fez!




sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

#01- ONDE NÓS ESTAMOS ERRANDO?

TEMA 

ONDE NÓS ESTAMOS ERRANDO?

TEXTO BÍBLICO BÁSICO: ATOS 3.19

INTRODUÇÃO: É fácil falar de acertos e apontar erros e pecados. Porém, olhar para nós mesmos e medir como a nossa vida está em relação aos princípios cristãos é muito difícil. A virtude de uma pessoa não se baseia apenas em acertos, mas, também, em reconhecer seus erros e corrigir suas rotas. Assim sendo, destacaremos alguns pontos capazes de confrontar nosso Cristianismo. 

I. ERRAMOS PORQUE 

1.1. Abusamos da graça. 
Existem pessoas que estão habituadas a pecar e cometer iniquidades, pensando que escaparão do juízo de Deus. O que dizem as Escrituras? “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus” (Mateus 7.21). “Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que te não poupe a ti também. Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a benignidade de Deus, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira, também tu serás cortado” (Romanos 11.21,22).  A GRAÇA É A caris de Deus; o favor benevolente, imerecido, espontâneo e amoroso de Deus para com o homem. Diversas religiões ensinam sobre perdão, amor e bondade; entretanto, a graça é uma palavra usada somente no evangelho, e a expressão máxima da graça é a morte de Jesus Cristo por nós.

 1.2. Falta-nos relacionamento profundo com nossos irmãos. 
Discussões, desavenças e opiniões contrárias são motivos que impedem o relacionamento profundo com nossos irmãos em Cristo. O que dizem as Escrituras? Somos ensinados a dizer todos a mesma coisa (1 Coríntios 1.10). “Ninguém se prive da graça de Deus” (Hebreus 12.15). “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, (...) de entranhas de misericórdia” (Colossenses 3.12). No início da Igreja Primitiva houve uma discussão entre Paulo e Barnabé (Atos 15.39). Paulo resistiu a Pedro na cara, “porque era repreensível” (Gálatas 2.11). Porém, nesses dois casos não houve afronta ou agressão física, pois a discussão aconteceu apenas no campo das ideias. Entretanto, Evódia e Síntique foram repreendidas (Filipenses 4.2), porque essas duas irmãs da igreja dos Filipenses permitiram que suas opiniões contrárias entrassem no campo das emoções. 

1.3. Falta-nos compaixão para com os pecadores. 
Existem aqueles que agem como agentes secretos, não declarando a sua fé em Jesus, pois têm vergonha do Evangelho. O que dizem as Escrituras? Somos enviados a pregar ao mundo (Marcos 16.15), em “tempo e fora de tempo” (2 Timóteo 4.2). Quem conseguir converter um pecador, “salvará da morte uma alma e cobrirá uma multidão de pecados” (Tiago 5.20). Se não fizermos isso nos faltará compaixão, pois temos o dever de transformar o mundo pela renovação de nosso entendimento (Hebreus 12.1,2). 

1.4. Praticamos o pecado da glutonaria. 
A glutonaria é o resultado de uma vida ansiosa. Para compensar os problemas não resolvidos, a pessoa costuma descarregar no excesso de ingestão de alimentos as situações que causam sentimentos de infelicidade. O que dizem as Escrituras? “Mortificai, pois, os vossos membros que estão sobre a terra” (Colossenses 3.5). “Olhai por vós, para que não aconteça que o vosso coração se carregue de glutonaria, de embriaguez” (Lucas 21.34). “Quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10.31). A glutonaria está inserida na relação das obras da carne (Gálatas 5.19-21). 

1.5. Não sabemos educar os nossos filhos. 
Há pais que pensam que o papel de ensinar e educar é da escola, e outros transferem à igreja o dever de ensinar os princípios cristãos ou substituem a ausência paterna fazendo toda a vontade dos filhos. O que dizem as Escrituras? “Instrui o menino no caminho em que deve andar (...)” (Provérbios 22.6). Os pais têm de ensinar e admoestar os filhos na doutrina do Senhor (Efésios 6.4). LATERALIZAÇÃO É O período em que parte do cérebro da criança está sofrendo maturação para o aprendizado. Nessa fase, se a criança é submetida a treinamentos constantes em determinada área do saber, como os esportes ou a música, por exemplo, ela certamente se tornará excelente profissional. 

1.6. Temos relacionamento superficial com Deus. 
Há crentes que têm relacionamento sazonal: um dia estão alegres e cheios da graça, e em outro estão se maldizendo. É impossível desenvolvermos relacionamento profundo com Deus se não for contínuo. O que dizem as Escrituras? “Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor” (Oseias 6.3). “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou conhecimento” (Oseias 4.6). “A fé é pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus” (Romanos 10.17). “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Salmo 119.11). “Aquele que diz: eu conheço-o e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade” (1 João 2.4). É impossível o relacionamento com Deus se não temos relacionamento com os irmãos (1 João 4.21). 

CONCLUSÃO: Se estamos errando é porque desobedecemos, e só existe uma virtude no paraíso: a obediência. Qual é a maior marca da manifestação de nosso amor para com Deus? A obediência. Está na soberania de Deus o direito e a autoridade de exigir obediência e fazer dela aquilo que vai determinar o destino do homem.