terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O Ano Novo de Israel Êxodo 12.1-14


INTRODUÇÃO

Talvez possa parecer estranho falarmos sobre a Páscoa Judaica no Ano Novo. Afinal de contas, a Páscoa é comemorada em março ou abril, e nós estamos ainda no mês de janeiro. Mal acabamos de comemorar o nascimento de Cristo, qual o sentido em se falar de Páscoa justo agora?

No entanto, para a Bíblia, faz todo o sentido do mundo falarmos hoje sobre a Páscoa. Afinal, o Ano Novo Judaico começa com a expectativa da celebração da Páscoa. Como está escrito no versículo 2, o mês de abibe deveria ser o principal dos meses, o mês em que o ano deveria ser aberto. Ao contrário do nosso calendário, em que o grande mês do ano é o último, e janeiro parece ser o mais insignificante dos meses, aonde as igrejas ficam vazias e se diz que o Brasil está parado até o Carnaval, o Ano Novo Judaico era o início de um mês alegre e festivo, aonde Israel parava para celebrar a gloriosa libertação que Deus fez por eles no Egito!

E quanto a nós, para aonde estamos olhando neste Ano Novo? Para as dificuldades que enfrentamos em 2004, e que gostaríamos de esquecer? Para as nossas famosas “promessas de reveillon”, aonde nós prometemos consertar ou melhorar alguma coisa em nossas vidas? Ou iniciamos o nosso ano com os olhos fixos em Jesus Cristo, dispostos a nos lembrar e a celebrar tudo aquilo que Deus fez por nós?

Hoje, nesta virada de ano, gostaria de convidá-los a iniciarmos 2005 de forma diferente. Ao invés de ouvirmos mais uma pregação sobre como ser feliz ou sobre como conquistar vitórias pessoais em 2005, gostaria de convida-los a passar um Ano Novo com Jesus.


DESENVOLVIMENTO

1) CONVIDE JESUS PARA PASSAR O ANO NOVO COM VOCÊ

Para que isso aconteça, a primeira coisa que devemos fazer é convidar a Jesus para passar o Ano Novo conosco, com a nossa família e com os nossos vizinhos. Ora, todos nós sabemos que a Páscoa Judaica era uma sombra da verdadeira Páscoa, que é a Páscoa Cristã. A Páscoa Judaica está repleta de símbolos que apontam para o sacrifício que Jesus Cristo fez a nosso favor, e o cordeiro é um destes símbolos.

O cordeiro é o símbolo mais importante da Páscoa porque o cordeiro simboliza o próprio Senhor Jesus. Como está escrito no Evangelho de João, capítulo 1, versículo 19, João Batista diz que Jesus é o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

Podemos ver mais semelhanças quando olhamos para o cordeiro que devia ser imolado na Páscoa. O versículo 5 de Êxodo 12 nos diz que o cordeiro deveria ser “sem defeito, macho e de um ano de idade”. Jesus Cristo também era o homem sem defeitos, macho e jovem. Ele é o verdadeiro Cordeiro!

Mas, o que Êxodo 12 nos diz sobre como o cordeiro deveria ser comido? No versículo 3, Moisés diz que deveria haver um cordeiro para cada família. No versículo seguinte, ele diz que, caso a família fosse muito pequena, então os vizinhos deveriam ser convidados para participar da refeição. Mas, independente do tamanho da família, uma verdade é ressaltada: o cordeiro não poderia ser comido por uma única pessoa! A refeição da Páscoa não deveria ser uma refeição solitária, mas sim uma refeição comunitária! Do mesmo modo, Cristo não pode ser apenas uma experiência solitária de nossa espiritualidade, mas deve também ser vivido de forma comunitária!

Amados, uma das lacunas mais sérias do protestantismo é a nossa exagerada tendência ao individualismo. Estamos muito preocupados em recebermos bênçãos de Deus para a nossa vida pessoal, em adorarmos a Deus à nossa maneira ou em vivermos a nossa fé particular com Deus. Mas ignoramos a verdade bíblica de que Deus está formando uma família, um povo e um Corpo para Cristo, e que, portanto, nenhum cristão pode viver a sua fé como se fosse uma ilha! Jesus não morreu por nós na cruz para que vivêssemos separados uns dos outros! Cristo morreu por nós para formar um povo, uma comunidade, e se você é cristão, você é parte desta comunidade!

Assim como o cordeiro não deve estar ausente da mesa na Páscoa Judaica, Jesus não deve estar ausente de nossos corações no Ano Novo Cristão. Mas Jesus também não deve estar ausente dos corações de nossos familiares, de nossos vizinhos e de nossos amigos. Cabe a nós, como cristãos, a responsabilidade de, não apenas neste Ano Novo, mas em todos os dias do ano, de convidarmos os nossos pais, irmãos, filhos, parentes, amigos e vizinhos de se sentarem conosco na mesa do Cordeiro de Deus, para podermos desfrutar da presença de Jesus.


2) PROVE JESUS EM SUA VIDA

Um segundo aspecto que devemos nos lembrar neste Ano Novo é que nós devemos provar, experimentar e saborear a Jesus, e não apenas vê-lo. Assim como o cordeiro da Páscoa estava lá para ser comido, e não apenas para ser admirado, nós também devemos nos alimentar de Jesus, e não apenas olhar para Ele. Esta verdade é ressaltada pelo próprio Jesus em João 6.53-57:

53 Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos.

54 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.

55 Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida.

56 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.

57 Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim.


Jesus disse que nós deveríamos comer a sua carne e beber o seu sangue para que pudéssemos ter a vida eterna! Disse mais, pois quem come a carne e bebe o sangue de Cristo, esse permanece em Cristo e Cristo permanece nele. Quem se alimenta de Jesus, vive por Jesus!

É claro que Jesus não está falando aqui sobre canibalismo. O que Jesus está dizendo é que nós precisamos aceitar, pela fé, que o sacrifício que Ele fez na cruz é suficiente para a nossa salvação. Mas não é apenas isso. Quem se alimenta de Jesus, permanece em Jesus. E quem realmente “come e bebe” de Cristo são aqueles que vivem por Jesus!

E aqui eu volto para Êxodo capítulo 12. O verdadeiro cristianismo é aquele que vive, integralmente o ensino de Jesus, e não aquele que vive de modo parcial o Evangelho de Cristo. O cordeiro deveria ser comido todo na noite da Páscoa, nada dele deveria sobrar! De igual modo, devemos aceitar tudo aquilo que Jesus fez e ensinou, e não apenas aquilo que nos é agradável.

Mais do que isso, o cordeiro deveria ser cozido no fogo, nada dele deveria estar cru ou ser cozido em água. Se vocês me permitem a alegoria, eu vejo o fogo aqui como o sofrimento experimentado por Jesus. Jesus sofreu em nosso lugar, e como nos alerta o apóstolo Paulo em Atos 14.22, é “através de muitas tribulações que nos importa entrar no reino de Deus”. O Evangelho significa redenção, bênçãos, uma boa carne de cordeiro assada. Mas também é pão sem fermento e ervas amargas, porque, enquanto estivermos neste mundo, o verdadeiro cristão irá experimentar sofrimentos. Irá sofrer na sua luta contra os pecados da carne. Irá sofrer na sua luta contra as forças espirituais da maldade. Irá sofrer na sua luta contra o mundo e as suas estruturas injustas que escravizam a humanidade. Chamar Jesus para a mesa e recusar-se a comer as ervas amargas é a mesma coisa que professar um cristianismo incompleto e superficial.

Mas, animemo-nos com as palavras de Paulo em Romanos 8.18:

“Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós”.

Andar com Jesus não é apenas sofrimento. É, antes de tudo, esperança e promessa de vitória. E é com esta esperança que devemos entrar o ano de 2005.


3) PASSAR O SANGUE NA PORTA

Uma última coisa que nós devemos estar nos lembrando como cristãos no Ano Novo é que precisamos passar o sangue do cordeiro na porta. O sangue de Jesus deve estar na porta de nossas casas, de nossas famílias e de nossos corações.

De nada adianta chamarmos os nossos amigos para conhecerem a Jesus e tentarmos, por nossas próprias forças, viver o Evangelho de forma integral se o sangue de Jesus não estiver na porta de nossos corações. Somos o que somos, não por causa de nossas obras ou méritos, mas única e exclusivamente por causa do que Jesus fez por nós.

Em 1 João 1.7, João nos diz que “o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado”. Em Apocalipse 7.14, vemos que os santos são aqueles que “lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro”. Em Marcos 14.24, vemos que Jesus derramou o seu sangue em favor de muitos.

O que estes textos significam? Eles nos dizem que é por meio da morte de Jesus na cruz que nós estamos livres da pena imposta por Deus aos pecadores, a saber, o inferno. Mas eles dizem mais do que isso. Eles nos dizem que o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado! Purificar é muito mais do que ser perdoado. Quando nós somos purificados do pecado, o pecado é removido de nossas vidas! Purificação é remoção de pecados, e não apenas remoção da culpa! Quando lemos em Apocalipse que os santos alvejaram suas roupas no sangue, isso significa que a sujeira saiu de suas vestes. Isto é muito mais do que dizer que suas roupas foram declaradas limpas, porque elas foram mesmo limpas! Deus não mente quando diz que os seus filhos são justos, porque os filhos de Deus são
feitos, de fato, em novas criaturas, e o nosso novo eu é de fato justo! E o que nos torna justos é o sangue de Cristo, e este sangue foi derramado em favor de muitos. Foi derramado a meu favor, a seu favor e a favor de todos aqueles que são salvos pela graça de Cristo!

Amados, crer que o sangue de Cristo nos purifica de todo o pecado é muito mais que crer que Jesus nos livrou do inferno. Crer que Jesus nos purifica é crer que, em Cristo Jesus, qualquer pecado pode ser vencido! Jesus é maior do que a pornografia, do que o adultério, do que o homossexualismo. Jesus é maior do que a avareza, do que a ganância, do que os roubos. Jesus é maior do que o ódio, a ira pecaminosa e o assassinato. Jesus é maior que o pecado!

Mas não adianta apenas sabermos desta verdade. É preciso passar o sangue na porta. É preciso beber do sangue de Jesus. É preciso pedir: “Pai, me purifica! Pai, me liberta! Eu creio, creio que o Senhor é maior que o meu pecado, e que o Senhor pode me libertar! Pai, eu creio!”.


CONCLUSÃO

Meus irmãos, hoje, dia 31 de dezembro de 2004 pode ser, de verdade, um dia de transformação nas nossas vidas. 2005 pode ser um ano diferente, basta, tão somente, que nós nos entreguemos a Cristo, que depositemos a nossa esperança em Cristo, e não em nossa própria força ou poder.

Normalmente eu não gosto de fazer resoluções de Ano Novo, mas este ano, enquanto eu fazia esta pregação, eu fiz uma resolução. Eu quero, este ano, que Jesus me liberte de um pecado que tem me acompanhado ao longo dos anos. Eu quero, hoje, neste culto, entrar 2005 passando o sangue na porta da minha vida, exatamente em cima deste pecado que há anos vem me causando tristeza e vergonha diante do meu Deus. Eu quero terminar 2005, louvando a Deus pela purificação de meus pecados! E eu tenho fé de que Deus, o meu Deus, por meio do sangue de seu Filho, me dará esta vitória!

Amado, não sei no que este sermão falou ao seu coração. Talvez Jesus seja uma experiência solitária para você, e em 2005 Deus te chama para experimentar a Jesus com a sua família e com a sua comunidade. Talvez você não tenha provado a Jesus em sua vida e tenha vivido um cristianismo parcial e incompleto, e hoje Deus esteja te chamando para experimentar Jesus em sua plenitude e inteireza. Talvez você, assim como eu, esteja lutando contra um ou mais pecados em sua vida e já não suporte mais ser humilhado por Satanás. Se você tem perdido a sua esperança e as suas forças na luta contra o diabo e contra um pecado em particular, junte-se a mim, e busque a presença de Jesus em 2005.


Sermão proferido na IP Alvorada (Brasília-DF) no dia 31/12/2004.

3 comentários:

Unknown disse...

Amem, gostei muito da explicaçao.

Unknown disse...

Amem, gostei muito da explicaçao.

Unknown disse...

amem, gostei da explicação.