quarta-feira, 21 de abril de 2021

GRANDE ROCHA E PEQUENA ROCHA (Mt 16.13-)PENSAR 🤔 TEOLOGIA Com Carlos Ribeiro...

INTRODUÇÃO 

Jesus está em Cesárea de Filipe. Essa cidade ficava nas encostas do monte Hermom, a cerca de quarenta quilômetros ao norte do mar da Galileia e a 190 quilômetros de Jerusalém. Essa era uma região sob forte influência de várias religiões: havia sido o centro do culto a Baal; possuía templos do deus grego Pan; e Herodes, o Grande, havia construído ali um templo em homenagem a César Augusto. E em meio a essas superstições pagãs, onde eles também estavam livres da interferência de Herodes Antipas, que Jesus buscou adequada oportunidade para obter de seus discípulos resposta a duas perguntas:

 1 Que opiniões o povo em geral tinha dele? 

2 E quem os discípulos pensavam que ele realmente era? 

O povo estava rendido à mais completa confusão. Seus discípulos, porém, reconheceram-no como o Cristo, o Messias, o filho do Deus vivo.

  Essa passagem enseja-nos quatro verdades solenes: 

1.1 uma confusão (16.13,14), A Galileia estava rodeada de povos pagãos e recebia muita influência grega. E nessa região que Jesus pergunta a seus discípulos: Quem diz o povo ser 0 filho do homem? (16.13). Mounce explica que o objetivo dessa pergunta não é simplesmente saber o que os outros estão dizendo, mas corrigir na mente dos discípulos qualquer má interpretação da missão de Jesus.(3) A resposta dos discípulos revela a confusão dominante entre o povo: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas (16.14). Vale destacar que todas essas pessoas mencionadas já estavam mortas, exceto Elias, que fora trasladado. Achavam que Jesus era uma pessoa rediviva. Viam nele semelhanças com personalidades que já haviam passado pela terra e aqui deixado sua marca. Concordo com A. T. Robertson quando ele diz que as multidões só o estavam seguindo superficialmente, e nutriam expectativas vagas acerca dele como um messias político.(4) Embora as três personagens citadas tivessem pontos de convergência com a vida de Jesus, este era absolutamente distinto daqueles. João Batista podia preparar os homens para entrar no reino, mas só Jesus é a porta do reino. Elias era um homem de oração e empreendeu triunfante guerra contra a falsa religião, derramando o sangue dos falsos profetas, mas Jesus venceu a maior batalha, derramando o próprio sangue em resgate do seu povo. Jeremias é tipo de Cristo pelo seu exemplo de paciente resistência e sofrimento imerecido. Mas Jeremias foi um profeta, nada mais. Ele profetizou a nova aliança, mas só Jesus inaugurou a nova aliança em seu sangue.(5) Certamente, a opinião do povo sobre Jesus revelava suas crenças místicas. Eles pensavam na possibilidade de alguém voltar a viver no corpo de outra pessoa. Essa crença na metempsicose ou transmigração da alma já era defendida pelos gregos há mais de 500 anos. O povo estava rendido à confusão. Sua opinião sobre o filho do homem estava equivocada. Ainda hoje, o povo crê em outro Cristo, e não no Cristo revelado nas Escrituras.

1.2 uma revelação (16.15-17), A pergunta de Jesus, agora, é endereçada aos próprios discípulos: Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou? (16.15). Simão Pedro, o falante, não suportando que ninguém falasse em sua frente, respondeu pelo grupo: Tu és 0 Cristo, 0 filho do Deus vivo. Pedro dá uma resposta lúcida, objetiva e verdadeira. Jesus é o Messias. Ele não é apenas um grande profeta, mas o próprio filho do Deus vivo. Jesus aceita a confissão como verdadeira e confirma, assim, a sua divindade. Talvez Simão Pedro esperasse até mesmo um elogio de Jesus por uma declaração tão precisa acerca de sua natureza, mas Jesus declara: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Jesus deixa claro que Pedro só sabe quem Jesus,  é porque o Pai lhe revelara isso. Do contrário, como o povo, Pedro também estaria rendido à mais completa confusão. Só podemos conhecer Cristo por revelação divina, e não por investigação humana.

1.3 uma declaração (16.18,19), Jesus declara a Pedro sua vulnerabilidade, ou seja, ele é um fragmento de pedra, e ao mesmo tempo revela sua autossuficiência, apresentando a si mesmo como a rocha sobre a qual a igreja é estabelecida. Essa é a primeira ocorrência da palavra ekklesia, “igreja”, no Novo Testamento. Significa, literalmente, “uma assembleia convocada”. A palavra ocorre mais de cem vezes no Novo Testamento, pelo menos noventa vezes referindo-se à congregação local. No entanto, esse primeiro uso de ekklesia indica que Jesus tinha em mente a igreja como um todo, ou seja, a igreja universal, composta por todos aqueles que confessam a mesma fé declarada por Pedro.(6) O nome próprio Pétros, “Pedro”, significa, literalmente, um desmembramento menor de um rochedo maciço.(7) Portanto, o que Jesus disse a Pedro é o seguinte: “Eu também te digo que tu és um fragmento de pedra, mas sobre esta rocha que sou eu, da qual tu és um pedaço, edificarei! minha igreja”. Ainda, o pronome demonstrativo “esta”, em vez de “essa”, pedra, revela que Jesus está falando sobre si mesmo, e não sobre Pedro. A. T. Robertson diz que a ênfase não está em “Tu és Pedro”, em contraste com “Tu és o Cristo”, mas em “o Pai te revelou uma verdade e eu também te conto outra”.(8) Esta claro, portanto, que a pedra sobre a qual a igreja está edificada é Cristo, e não Pedro. Pedro e os demais crentes de todos os tempos são pedras vivas (lPe 2.5), edificados sobre o fundamento que é Cristo (ICo 3.11).

Destacamos a seguir dois pontos importantes.

1.1 Em primeiro lugar, a singularidade indisputável de Jesus (16.18). Jesus faz quatro declarações acerca de si mesmo, que comentamos a seguir.

Primeiro, Jesus é o fundamento da igreja. Jesus é a pedra fundamental sobre a qual a igreja está edificada. Ele é o verdadeiro fundamento, e não há outro. Isso confere com o que o próprio Pedro afirmou (At 4.11,12), bem como com o que Paulo ensinou (ICo 3.11). A metáfora da rocha é usada apenas para Deus no Antigo Testamento (Dt 32.4; SI 18.2). Por isso, o salmista pergunta: Pois quem é Deus, senão 0 Senhor? E quem é rochedo, senão o nosso Deus? (SI 18.31).
Segundo, Jesus é o dono da igreja. A igreja tem um dono, e este é Jesus. Ele comprou a igreja com o próprio sangue (At 20.28). A igreja é sua propriedade exclusiva (lPe 2.9).
Terceiro, Jesus é o edificador da igreja. Quem edifica a igreja não somos nós; é Jesus. Ele é quem atrai para si mesmo os que são salvos por sua graça.
Quarto, Jesus é o protetor da igreja. Aquele que morreu pela igreja, intercede pela igreja e voltará para a igreja é o seu protetor. As portas do inferno não prevalecerão contra ela.

1.2 Em segundo lugar, o ministério singular de Pedro (16.19). 

As chaves do reino dos céus são o evangelho, e Pedro foi o homem usado por Deus para usar essas chaves, pregando o evangelho aos judeus (At 2), aos samaritanos (At 8) e também aos gentios (At 10). Não é Pedro quem abre e fecha. Este é Jesus (Ap 3.7). Essas chaves foram dadas não somente a Pedro, mas também aos demais apóstolos (18.18- 20). Pedro tem as mesmas chaves dadas a todo pregador do evangelho. Concordo, portanto, com Warren Wiersbe quando ele diz que em nenhum lugar dessa passagem, nem no restante do Novo Testamento, o texto bíblico afirma que Pedro ou seus supostos sucessores possuíam qualquer posição especial ou privilégio na igreja. Pedro afirma claramente em suas duas epístolas que não passava de um apóstolo (lPe 1.1), de um presbítero (lPe 5.1) e de um servo (2Pe 1.1).(9)

1.4 e uma advertência (16.20).

Depois de afirmar a bem-aventurança de Simão Pedro por declarar sua messianidade e sua filiação divina, e após apresentar a si mesmo como o fundamento, o dono, o edificador e o protetor da igreja, Jesus adverte os discípulos de não divulgar essa informação para ninguém: Então, advertiu os discípulos de que a ninguém dissessem ser ele O Cristo (16.20). Jesus não queria antecipar um conflito com as forças políticas nem mesmo criar antecipadamente uma expectativa distorcida na mente do povo acerca de sua missão.



TEMA 

POR QUE ÀS PORTAS DO INFERNO NÃO PREVALECERÃO CONTRA A IGREJA? 

1.1 por que a igreja está edificada sobre a verdadeira identidade messiânica de Jesus Cristo. Os discípulos de Jesus não conheciam plenamente quem era Jesus Cristo. Somente depois da morte e ressurreição de Jesus que os discípulos conheceram e reconheceram a plena divindade de Jesus Cristo. Assim como os discípulos de Jesus, temos muitos que andam com Jesus Cristo e receberam os seus milagres e maravilhas, mas ainda não se sabe quem realmente é Jesus Cristo, pois conhecer a Jesus é muito mais que receber e ver os seus milagres. Conhecer a Jesus Cristo é... 

1.1 é ter comunhão com o Espírito Santo,
1.2 é Conhecer e praticar a palavra de Deus, 
1.3 é perdoar os irmãos, 
1.4 é ter comunhão com a Igreja 
1.5 é amar a Jesus e sua volta. 

Se você realmente conhece a Jesus Cristo estes 5 pontos fazem parte de sua vida cristã no seu dia a dia. Quanto mais conhecemos a Jesus, mas sabemos quem somos, e esse conhecimento de nós mesmos nos ajuda a vencermos a nossa velha natureza adâmica. Quando Jesus disse à Pedro que ele é Pedro, ou seja "petros" no grego que significa "pequenos fragmentos de Rocha." em contraste com "petra" no grego, que significa uma "grande rocha." através desse argumento mencionado que mostrar que para vencermos o inferno temos que conhecer as duas naturezas que está em nós:

1.1 A primeira: a natureza humana.
1.2 A segunda: a natureza divina. 

Quero comentar sobre estas duas naturezas na segunda resposta do tema de nossa mensagem: Porque as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja? 

1.2 por que a igreja reconhece a sua verdadeira identidade: 

1.1 divina 
1.2 e humana.

1.3 por que a Igreja tem as chaves do reino dos céus, e estas chaves são os ensinamentos de Jesus que liga ou desliga os homens da comunhão com o corpo de Jesus Cristo que é a Igreja.

Jesus escolheu no meio da sua Igreja (ministros e não à membros comuns) e Jesus deu para seus discípulos a autoridade de disciplina e não de excluir as pessoas do reino dos céus. É por isso que está escrito “terá sido" no versículo (v19). essa verdade é explicada por Jesus no capítulo 18 e versículos 15 ao 18, mas os versículos 19 e 20 não significa exclusão, mas comunhão na oração em busca de bênçãos para toda a igreja. 

1.4 por que a igreja sabe julgar segundo a reta justiça de Jesus Cristo, pois somente Jesus Cristo é o juiz que pode dar a sentença final. Quando nós não compreendemos essa verdade é nem sabemos como colocá-la em prática Satanás ciranda na igreja e prevalece contra alguns que não sabem os princípios que liga e desliga a nossa comunhão uns com os outros. 



1.Warren W. Comentário bíblico expositivo, p. 73.
2 Tasker, R. V. G. Mateus: introdução e comentário, p. 125.
3 Mounce, Robert H. Mateus, p. 169.
4 Robertson, A. T. Comentário de Mateus, p. 185.
5. Tasker, R. V. G. Mateus: introdução e comentário, p. 12
6.Wiersbe, Warren W. Comentário bíblico expositivo, p. 74
7. Robertson, A. T. Comentário de Mateus, p. 1 87.
8 Ibidem, p. 186.
9. Warren W. Comentário bíblico expositivo, p. 75. (fonte: HDL) 

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