terça-feira, 8 de julho de 2025

2. AGUARDANDO A DIVINA PROMESSA (ATOS 1.1 A 11)

Introdução

 Lucas inicia seu segundo volume relatando o que Jesus continuou “a fazer e a ensinar”, depois de sua partida para o céu. Sua obra foi continuada pelo seu Santo Espírito através dos atos dos apóstolos.
Porém, antes de partir, durante os 40 dias em que esteve ressurreto entre os seus discípulos, Jesus lhes ordenou com clareza que, para con­tinuarem sua obra eterna, eles deveriam aguardar a “promessa do Pai”. Por isso podemos dizer que: Aguardar pacientemente as promessas divinas é o dever de todo cristão.
Neste texto, Lucas nos mostra três atitudes que devemos ter ao aguar­ darmos as promessas divinas:

I - Confiar na promessa de Jesus Cristo - v. 1 a 5 

1. A ascensão de Jesus inicia uma nova era religiosa.
Não cremos num Cristo crucificado e morto, mas em Cristo ressuscitado e exal­ tado.
Deus vem até nós na pessoa de Jesus Cristo.

2. A promessa do Pai é o batismo (e a plenitude) do Espírito Santo (Mt 3.11).

É Jesus quem batiza no Espírito Santo.
É Jesus quem dá continuamente o Espírito Santo a quem lhe pede - Lc 11.13 
3. A igreja que deseja ser missionária deve estar aberta para a ação do Espírito Santo.
O Espírito Santo será uma fonte a jorrar para a vida eterna - Jo 7.37 a 39 

II - Compartilhar o evangelho de Jesus Cristo - v. 6 a 8 1.

Jesus nos dá o Espírito Santo para termos poder na evangelização do mundo. 
Ele condiciona a sua volta à evangelização universal - Mt 24.14 Deus quer que todos cheguem à salvação - 1Tm 2.4 a 5 

2. O recebimento do Espírito Santo nos torna testemunhas de Jesus Cristo.

Não recebemos o Espírito Santo para propósitos egoístas.
Ser testemunha é falar e demonstrar o significado da vida, morte e ressurreição de Jesus.
Testemunhar é falar sobre a presença transformadora de Jesus em nossas vidas.
3. Temos que ser testemunhas até os confins da terra - Mt 28.18 a 20 

A idéia do v.8 não é de prioridade geográfica, mas teológica.
Jerusalém foi o ponto inicial da missão de Jesus e da Igreja.
Temos, hoje, a responsabilidade de evangelizar as nações enquanto evangelizamos os bairros.

III - Consolar-nos com o retorno certo de Jesus Cristo - v. 9 a 1 1 

1. A ascensão de Jesus marca o passo final da aprovação do seu trabalho redentor. 

A aceitação do seu trabalho pelo Pai é demonstração do trabalho bem sucedido. 
A ascensão de Jesus Cristo demonstra sua divindade.

2. Podemos ter certeza de que assim como ele subiu, Ele também voltará.

Subiu em poder e glória - simbolizada pela nuvem - Lc 9.34ss e Ap 11.12 Voltará para ser reconhecido como Rei e Senhor - Fp 2.9 a 1 1 e Ap19.16 

3. Consolar-nos ou encorajar-nos aguardando a volta de Jesus, não é algo passivo. 

No aguardo do retorno de Jesus devemos ser ativos.
Ele só voltará depois do evangelho ter sido pregado por todo o mundo - Mc 13.11

Conclusão 

Eis a síntese do livro de Atos: Jesus nos dá o seu Espírito.
Pelo Espírito Santo, nos faz pregadores do evangelho a todas as nações.
E, ele voltará após o cumprimento de nossa tarefa!

domingo, 6 de julho de 2025

1. UM CRISTÃO COMPROMETIDO (LUCAS 1.1 A 4 E ATOS 1.1 A 4)


Introdução

Ao iniciarmos o estudo do livro de Atos dos Apóstolos, salta aos nos­sos olhos a figura ímpar do seu autor. Lucas é um dos personagens singu­lares do Novo Testamento, destacando-se por sua obra que será preserva­da até o final dos tempos.
Cristão gentio, conheceu em Cristo o princípio do amor e aplicou-o ple­namente em sua vida, comprometendo-se e tornando-se um amigo fiel, um cristão interessado no bem-estar espiritual dos seus irmãos e um hábil histo­riador, preservando a mais bela história da humanidade em todos os tempos.
Quando associamos os versículos iniciais da sua obra, escrita em dois volumes, percebemos que esta vida exemplar merece nossa reflexão. Por isso podemos dizer:
Somente um cristão comprometido com seus irmãos produzem sua vida singular um trabalho que dura para a eternidade.
Nestes versículos iniciais das obras lucanas encontramos três carac­terísticas do cristão que se compromete com seus irmãos:

I - Esse cristão caracteriza-se por uma vida marcada pelo amor:

1. Visto nas amizades sinceras.

a. Por Teófilo - Lc. 1.3 e At 1.1 
b. Por Paulo - Cl 1.14 e 2Tm 4.11 

2. Visto na atenção especial pelos novos irmãos:

a. Em relação a Teófilo - Lc 1.4
b. Em relação a Lídia - At 16.15 

3. Visto no uso de suas habilidades profissionais:

a. No uso de termos médicos usados no seu relato - At 3.7; 8.7; 9.33; 13.11; 14.8; 
28.8 e 9
b. No trato cuidadoso com Paulo - At 21.12; Cl 4.14

4. Visto no seu interesse pelas minorias marginalizadas:

a. Destacando as mulheres, os publicanos, os pobres.
P . ex.: Maria, mãe de Jesus; Maria, mãe de Marcos; Dorcas; Lídia; Zaqueu; pu- blicano arrependido etc.
b. Destacando os samaritanos, os gentios.
P.ex.: Evangelização de Filipe em Samaria; o eunuco etíope; Cornélio; as viagens missionárias; etc...

5. Visto no seu envolvimento ministerial:

a. Viajando nas equipes missionárias - At 16.10 a 17; 20. 6 e 13; 28.15 b. Provavelmente liderando ou pastoreando a Igreja de Filipos ( conf. “Peculia­ridades do Autor”) - Conf. Bruce (1992, p. 18)

 II - Esse cristão caracteriza-se por desenvolver um trabalho confiável:

1. Seu trabalho teve por base “fatos que entre nós se realizaram” - Lc 1.1 
2. Seu trabalho teve por base as “testemunhas oculares” - Lc 1.2 
3. Seu trabalho teve por base sua própria “acurada investigação” - Lc 1.3 
4. Seu trabalho foi preservado pelo melhor método da época: “por escrito” - Lc 1.3 
5. Seu trabalho objetivou dar “plena certeza das verdades” que foram ensinadas - Lc 1.4

III - Esse cristão caracteriza-se por preservar o conteúdo mais singular da história:

1. Esse conteúdo preservou — “todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar” - At 1.1 
2. Esse conteúdo preservou o propósito do sacrifício de Jesus — “padecer” - At 1.2 3. Esse conteúdo preservou a ressurreição de Jesus — “se apresentou vivo... durante 40 dias” - At 1.3 e 4 
4. Esse conteúdo preservou o ministério de Jesus - “por intermédio do Espírito Santo” - At 1.2 
5. Esse conteúdo preservou a glorificação de Jesus ao ser — “elevado às alturas” - At 1.2 

Conclusão 

O desafio que a vida de Lucas nos deixa deve fazer-nos refletir:
Tenho me distinguido por uma vida de amor?
O meu trabalho ministerial tem sido confiável?
Tenho preservado inalterado o conteúdo do evangelho de Jesus Cristo?