domingo, 7 de dezembro de 2008

MISSÕES E ADORAÇÃO João


Introdução
O texto da mensagem está inserido no contexto do encontro de Jesus com uma mulher samaritana.
Os judeus e samaritanos não se davam bem. Essa rivalidade vinha de tempos muito antigos.
Jesus, cansado da viagem, sentou-se à beira do poço. Era meio dia. Jesus, então inicia um diálogo com aquela mulher. O texto é muito longo e muito rico. De todo o diálogo, queremos, nesta ocasião, nos deter no diálogo a respeito da adoração e dele derivar a sua relação com a missão da igreja.

Quando da divisão de Israel em dois reinos, Jeroboão que ficara com as dez tribos, estabeleceu um culto na região de Samaria, mais precisamente, tendo como centro o monte Gerizim.
Quando da reconstrução do templo de Jerusalém o cisma se acentua pelo fato de Esdras ter proibido os samaritanos da reconstrução do templo.
A religião dos samaritanos tinha algumas peculiaridades: as escrituras que adotavam era constituída apenas do Pentateuco, isto porque eles não consideravam os profetas que vieram após Moisés. Eles aguardavam o profeta anunciado para o fim dos tempos, conforme Deuteronômio 18,15; também, o lugar de adoração não era em Jerusalém, mas em Samaria, não em Sião, mas em Gerizim.

Das colocações acima, algumas lições importantes.

1. Adoração não é apenas uma questão de lugar.
Entretanto, não habita o Altíssimo em casas feitas por mãos humanas; como diz o profeta:
O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés; que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso?
Não foi, porventura, a minha mão que fez todas estas coisas?
Atos 7. 48-50
O lugar onde adoramos tem um valor relativo, não absoluto. O que quero dizer com isso. Quem instituiu o tabernáculo foi Deus. Quem deu os detalhes de sua construção foi Deus. Hoje, nós nos reunimos neste lugar e isso é bom. Não é ruim, mas o valor deste templo é relativo. Ele é um dom de Deus para nós desfrutarmos, não para nos escravizar ou imobilizar.
Este é um lugar para adoração, não o lugar de adoração. O Deus que enche todo o universo com a sua glória, não está limitado às paredes de um templo ou a um lugar. Mas, Ele nos deu este lugar para o adorarmos e devemos ser gratos a Ele por isso. Mas sabemos que nós somos o templo do Espírito Santo e onde nós formos Ele irá conosco.

2. Adoração não é uma questão de rito.
Na riqueza da adoração a Deus há diversidade de adoração. A maneira como os africanos adoram a Deus com os seus tambores é uma das formas de adoração a Deus. A maneira como os europeus adoram a Deus é uma das formas de adoração a Deus. A maneira como os negros americanos adoram é uma das formas de adoração a Deus. A maneira como nós adoramos é uma das formas de adoração a Deus.
Sonho com uma igreja nordestina, com repentistas louvando ao Senhor; com sanfoneiros, zabumbeiros e trianguleiros adorando ao Senhor; sonho com uma igreja nordestina com violeiros louvando ao Senhor.
Eu me emociono quando o escuto o fole de uma sanfona. Ore a Deus para que muitos sanfoneiros se convertam e usem o seu dom para a glória do Senhor Jesus Cristo.
Adoração não é uma questão de rito ou de ritmo. Adoração não é uma questão de forma ou de fôrma.
Não existe uma cultura que seja sagrada. O Evangelho precisa penetrar em todas as culturas para transformar o que há de pecaminoso e para resgatar o que existe de belo nelas para glorificar o nome do Senhor Jesus.
Adoração não é uma questão de lugar ou de rito; é uma questão de atitude.

3. Adoração é o alvo da missão.
a. O Pai procura adoradores.

Não procura judeus nem samaritanos.
Deus, já revelara no passado o seu desejo de ser conhecido e adorado entre as nações.
Salmos 45:17 O teu nome, eu o farei celebrado de geração a geração, e, assim, os povos te louvarão para todo o sempre.
Salmos 47:1 Batei palmas, todos os povos; celebrai a Deus com vozes de júbilo.
Salmos 57:9 Render-te-ei graças entre os povos; cantar-te-ei louvores entre as nações.
Salmos 66:8 Bendizei, ó povos, o nosso Deus; fazei ouvir a voz do seu louvor;
Salmos 67:3 Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te os povos todos.
Salmos 67:4 Alegrem-se e exultem as gentes, pois julgas os povos com eqüidade e guias na terra as nações.
Salmos 67:5 Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te os povos todos.
Salmos 96:5 Porque todos os deuses dos povos não passam de ídolos; o SENHOR, porém, fez os céus.
Salmos 96:7 Tributai ao SENHOR, ó famílias dos povos, tributai ao SENHOR glória e força.
Salmos 102:22 quando se reunirem os povos e os reinos, para servirem ao SENHOR.
Salmos 105:1 Rendei graças ao SENHOR, invocai o seu nome, fazei conhecidos, entre os povos, os seus feitos.
Na perspectiva da mulher samaritana a questão da adoração estava circunscrita a judeus e samaritanos, mas Deus já revelara o seu propósito desde o início, Ele queria adoradores de todos os povos, de todas as tribos e de todas línguas e nações.
Missões e adoração estão relacionados porque se a igreja não for o desejo do coração de Deus de ser adorado por todos os povos não se cumprirá. Deus procura adoradores.

b. O Pai procura adoradores verdadeiros.
Adorar em espírito é muito mais do que uma adoração no íntimo do coração. Adorar em espírito está em contraste com a adoração que era praticada naquela época em que era necessário um lugar específico, horários específicos, regras específicas. Mas, é muito mais do que isso, é adorar sendo guiado e dirigido pelo Espírito de Deus. Isso só é possível para aqueles que foram regenerados. Deus não recebe qualquer adoração. Nem todos os caminhos levam a Deus e nem toda adoração é recebida por Deus.
Deus não recebe a adoração dos mulçumanos, Deus não recebe a adoração dos hindus, Deus não recebe a adoração dos budistas. Deus não recebe a adoração que é ofertada aos santos. Deus só recebe a adoração que é dedicada a ele.
Para que haja verdadeiros é preciso que haja missões, para que o Espírito Santo possa habitar e conduzir pessoas de todos os lugares para adora-lo.

c. O Pai procura adoradores que conheçam a verdade.
Jesus deixa claro a importância do conhecimento da verdade quando Ele diz a mulher: vocês adoram o que não conhecem.
Em função do cisma e da adoção do cânon, isto é do conjunto de livro que os samaritanos adotaram como Escrituras, eles ficaram apenas com uma parte da revelação e perderam a continuidade da revelação profética. Jesus, diz que esse conhecimento parcial e fragmentado que tinham os impedia de adorarem com conhecimento.
O desejo do Pai é de pessoas que o adorem. O desejo do Pai é de pessoas que adorem o Deus que se revela em Jesus Cristo. O Pai não quer adoração daqueles que adoram "o cara lá de cima", "o supremo arquiteto do universo", "um ser superior", "a força vital", Alá, ou qualquer outra designação que se dê. O Pai quer ser adorado como aquele se revela na face de Cristo.
A fim de que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou. João 5:23
Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? João 14:9
Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai. 1 João 2:23.
A Bíblia fala de um tempo em que a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar. Isaías 11:9. Esse é o propósito de Deus que todos o conheçam verdadeiramente.
Sem missões, não há verdadeira adoração. Para que haja verdadeira adoração é preciso que as pessoas conheçam o Deus que se revela na face de Cristo. Deus procura adoradores. Deus procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade.

Conclusão.
Deus não precisa de mim nem de você. Ele é suficiente em si mesmo.
Deus não precisa nem da minha e nem da sua adoração. Antes que nós existíssemos e o louvássemos Ele já era Deus com toda a glória e majestade que tem hoje.
Deus não fica triste ou deprimido se você não o adora.
Mas Deus se alegra com o nosso louvor. Mas Deus recebe a nossa adoração. Ele não precisa, mas Ele a recebe e se alegra.
Deus nos criou para louva-lo e bendize-lo. Deus nos criou para o louvor da sua glória. O pecado nos desviou desse propósito, mas em Cristo, Deus nos reconcilia como Ele para que nós possamos adora-lo.
Quando nós adoramos a Deus apesar dele receber e se alegrar nós o enriquecemos ou lhe acrescentamos nada, nós é que somos beneficiados. Nós fomos criados para isso. Deus colocou sal na nossa boca para que tenhamos sede dele.
Mas, o propósito de Deus é que na diversidade de povos e línguas, tribos e nações, o seu nome seja adorado.
Para que isso aconteça é necessário que nós anunciemos a Cristo.
Deus quer uma adoração de redimidos e lavados no sangue de Cristo. Deus quer uma adoração de regenerados. Deus quer uma adoração de pessoas guiadas pelo Espírito Santo.
Para que isso aconteça é preciso que a Igreja anuncie a Cristo.
Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido.
Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas! Mas nem todos obedeceram ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem acreditou na nossa pregação?
E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo. Romanos 10. 11-17

Rev. Kleber Nobre de Queiroz

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